quinta-feira, 25 de março de 2010

I'm Yours - Jason Mraz

Minha irmã (Te Amo) quando leu sobre minhas aventuras em Paraty, enviou-me este vídeo pelo orkut - resolvi colocá-lo aqui... E também achei a minha cara!
Vai como forma de me redimir pelo vídeo ao lado "Torneró", para o qual, segundo a Anna, brega é pouco!! kkkk...


sábado, 20 de março de 2010

Falando em Arvorismo...

Será inaugurado no Rio um circuito de Arvorismo no Parque da Catacumba, Lagoa. Vejam a notícia do Globo.

Quem se arrisca?! 'Bora marcar! :-)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Mergulho e Arvorismo - Aventuras em Paraty


Em Paraty experimentei duas aventuras radicais: mergulho e arvorismo. À primeira não me adaptei muito bem. Ao mergulhar, senti uma pressão muito forte no ouvido. A descida, a dez metros de profundidade, é feita gradualmente e controlada pelo instrutor - que me acompanha todo tempo. Mesmo assim, mergulhei e retornei à toa umas três vezes antes de conseguir chegar ao fundo do mar e admirar suas belezas. Não senti nenhum medo do mergulho, talvez somente uma apreensão inicial. De fato há um outro mundo sob as águas: peixes, estrelas do mar imensas, corais e outras formas de vida que fogem de meu vocabulário :-) Devo ter permanecido cerca de meia hora lá embaixo. Perde-se inteiramente a noção do tempo. De volta ao barco e retirado todo o equipado, veio-me uma pequena dor de ouvido que se transformou em um incômodo permanente - estragando o recente prazer do mergulho. Era como se eu tivesse descido a serra e ficado com metade da cabeça cheia d'água. Algum vaso sanguíneo estourou em meu ouvido e sangrou um pouco - fiquei cheio de medo. Meu Deus! meu tímpano estourou?! Então um professor de mergulho que estava com sua equipe explicou-me que se isso tivesse acontecido eu estaria me contorcendo de dor. Realmente não era uma dor profunda que eu sentia. Essa sensação esquisita no ouvido e na cabeça durou até o dia seguinte! E neste dia fui, após o trabalho, ao otorrino (que entende mais de ouvido do que professor de mergulho!). Ele me disse que houve uma microlesão em meu ouvido e me receitou antibiótico por dez dias! Enfim, não pretendo repetir a dose. Ver peixinhos agora só com máscara (snorkel) sem mergulhar tão fundo, e conhecer o fundo do mar somente assistindo ao Discovery Channel/ NatGeo / Globo Repórter etc.

Com o arvorismo a história foi outra: só diversão! Para quem não conhece, arvorismo é o esporte praticado no alto das árvores. Há vários níveis, quanto mais difícil, mais próximo às copas das árvores. Você tem que passar de uma árvore a outra, superando diversos obstáculos, preso por cabos de aço de segurança. Um dos obstáculos é atravessar por cotocos de madeiras ligados entre si também por cabos de aço; em outro você tem que balançar em uma corda e se prender a uma rede no lado oposto; em outro há uma pequena tirolesa. Enfim, várias etapas até chegar ao final.
O parque em que pratiquei fica próximo ao trevo de Paraty (Paraty Sport Aventura). Lá chegando, fui recepcionado pelo casal francês Patrick e Sophie, que cuidam do parque. Simpaticíssimo, Patrick convenceu-me a percorrer o nível mais difícil, o que dá mais emoção: o vermelho! Sua esposa acompanhou-me até o treinamento, onde vesti o equipamento e as instruções me foram passadas. Depois subi por uma escada de madeira até uma árvore bem alta e ali começou a adrenalina. Em dois obstáculos pensei que tivesse que ser "resgatado" (que deve ser um mico geral). O primeiro foi um desafio que consistia em passar de uma árvore a outra com a ajuda de uma sequência de madeiras verticais , que balançavam à medida que passava de uma para outra (dá até um frio na barriga ao lembrar). O segundo mais difícil era uma sequência de balanços de cabos de aço, era preciso utilizar impulso para ir de um a outro até chegar ao fim. Exige coragem, concentração e um pouco de força física. Quando terminei tudo, eu estava exausto e todo suado! Muito bom! Fiz também a série de tirolesa ao final do arvorismo. O vídeo abaixo (propaganda do parque) dá uma ideia do que seja arvorismo. Esse esporte eu farei novamente, sem dúvida!


quinta-feira, 18 de março de 2010

Caim - José Saramago

Terminei de ler, quando estava em Paraty, o livro Caim, de José Saramago. Vai na mesma linha que o seu "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", mas desta vez ele retoma eventos do Velho Testamento. Conta história de Caim, assassino do irmão, condenado a vagar sem rumo pela terra.
A história começa com a Adão e Eva, e Saramago utiliza daquela sua inteligente e bem-humorada ironia. Uma passagem maravilhosa é quando ele questiona sobre a proibição de Adão e Eva comerem o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal:

"Este episódio, que deu origem à primeira definição de um até aí ignorado pecado original, nunca ficou bem explicado. Em primeiro lugar, mesmo a inteligência mais rudimentar não teria qualquer dificuldade em compreender que estar informado sempre será preferível a desconhecer, mormente em matérias tão delicadas como são estas do bem e do mal, nas quais qualquer um se arrisca, sem dar por isso, a uma condenação eterna num inferno que então estava por inventar. Em segundo lugar, brada aos céus a imprevidência do senhor, que se realmente não queria que lhe comessem do tal fruto, remédio fácil teria, bastaria não ter plantado a árvore, ou ir pô-la noutro sítio, ou rodeá-la de cerca de arame farpado..." (pág. 12/13)

E ele segue criticando Adão!

"Agora somente nos interessa a família de que o papá adão é cabeça, e que má cabeça foi ela, pois não vemos como chamar-lhe doutra maneira, já que bastou trazer-lhe a mulher o fruto do conhecimento do bem e do mal para que o inconsequente primeiro dos patriarcas, depois de se fazer rogado, em verdade mais por comprazer consigo mesmo que por real convicção, se tivesse engasgado com ele, deixando-nos a nós, homens, para sempre marcados por esse irritante pedaço de maça que não sobe nem desce." (pág.14/15)

Nascem Abel, Caim e Set. Caim, por inveja, mata a Abel. Deus, que naqueles tempos tão antigos costumava aparecer a qualquer mortal, condena Caim a vagar pela eternidade. A partir daí Caim irá testemunhar diversas passagens bíblicas, como no episódio em que Deus põe Abraão à prova e o ordena a sacrificar seu próprio filho, Isaac. Ou na destruição de Sodoma e Gomorra. E, ainda, a derrubada dos muros de Jericó. Tudo observando, e às vezes interferindo, Caim compreende a crueldade do mundo e de Deus, que permite que todas as malvadezas ocorram; que permite que as crianças inocente de Gomorra morressem junto a seus pais pecadores.
O final é surpreendente, Caim dá um destino diferente para a família de Noé, reafirmando o surreal de toda essa história. Muito bom!

http://www.bondfaro.com.br/preco--livros--caim-jose-saramago-8535915397.html

segunda-feira, 15 de março de 2010

Noite

Noite sem lua
Noite sem nuvens
Apenas a Via Láctea a me iluminar

Noite sem nuvens
Noite sem lua
Apenas você a me faltar

Estrelas brilham
Cadentes caem
O vento sopra
O mar bate
O barco ao longe passa
O avião, no alto,
Me indica um destino

Procuro uma estrela
Cujo nome é o seu
Procuro uma estrela
Cuja força é a sua
Procuro uma estrela
Cujo brilho é o seu

Sorrateira ela me olha
Lá do alto
Mas se esconde entre bilhões
Por quê?

Noite sem lua
Noite sem nuvens
Noite
Noite

Noite de Temporal

Carnaval às Avessas

A banda silenciou.
O carnaval acabou.
Restamos eu e a quarta-feira.
Em cinzas.
Mas limpos, sem cadeira ou mesa reviradas.
Sem confete espalhado.
Sem serpentina, sem cacos.
Tudo muito limpo...

Mas um cheiro, acre e profundo.
Um cheiro que fere minhas narinas e
minha alma.
Um cheiro de vômito.
De todos os vômitos, tudo invade.

E tudo se converte em cinza,
naquela cor onde a dor parece mais fecunda.
Se multiplica...
Vivo monocromático!

Espero ansioso por outro carnaval.
Outro rufar de tambores.
Outra alegria.
Outros amores.
Mas meu fuso é diferente.
Meu tempo passa muito lento.
(Não aguento)
Enquanto isso,
sinto aquele cheiro, aquela dor, aquela cor.