Este velho robô
está em manutenção
Foi pedir ao oleador
que azeite suas juntas
Está cansado
Seus olhos secos
Suas mãos trêmulas
Portanto se me quiseres
Procura outro meio
Grita meu nome ao me veres na rua
Condena às chamas
a Floresta da Tijuca:
teu sinal de fumaça
Sairei por aí, à espera
Mas se ainda assim nada acontecer
É porque aqueles dois sóis
que ardem à noite
vagando pelo céu infinito
foram predestinados a nunca se tocarem
E um deles, em um momento de desespero
despercebido de toda existência
silenciosamente
numa noite mais triste e escura
transformar-se-á em estrela cadente
traçando sua última parábola
apagando-se na eternidade