domingo, 15 de agosto de 2010

Stand by Me

Recebi este vídeo da Paula. Em uma palavra: maravilhoso.

"Não importa quem és
Não importa aonde vais em tua vida
Em algum momento vais precisar de alguém para estar ao teu lado"


Coração

Meu coração pede atenção
Quer saltitar por aí
Digo-lhe que fique quieto em seu canto

Meu coração pede atenção
Quer bater qual tambor
Digo-lhe que não estou para percussão
Quero o som das cordas
O som calmo das violas enluaradas
A melodia dos violinos

Crime Castigado

Outro livro terminado: Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski. É um romance denso, profundo; os diálogos por vezes são longos discursos. A história se passa na São Petersburgo dos idos de 1850 e é sobre Raskólnikov, que resolve assassinar uma velha usurária. No começo do livro somos levados a crer que o móvel do crime é financeiro. Mas logo descobrimos que não e então acompanhamos a constante angústia de Raskólnikov pelo crime que cometera. De fato o crime passa a atormentá-lo a tal ponto que por vezes pensamos que ele se denunciará - e então torcemos para que ele não o faça, que fique quieto. Suas atitudes fazem com que os outros desconfiem dele, mas como ele provém de uma classe social alta, apesar de sua pobreza, acham até um insulto pensar que fosse capaz. Ao final ele não resiste a sua própria consciência e, aliviado, entrega-se à polícia. É então mandado para a prisão na Sibéria; Sônia, a quem confessara o crime, o acompanha - amando-o incondicionalmente. E é na Sibéria que ele, redimindo-se de seu crime resignadamente, irá descobrir seu amor por ela.

O livro não é um clássico à toa, os personagens são construídos com profundidade. Algo interessante, principalmente no começo do livro, é que o narrador (em terceira pessoa) dá espaço ao protagonista e os seus (longos) pensamentos são transcritos entre aspas.

O tema de Crime e Castigo me fez lembrar a passagem de um outro livro que li (não estou bem certo se era Hobsbawm). A ideia de que o castigo só encontra sua função naquele que verdadeiramente a reconhece. Um chefe de fábrica (acho que era esse o exemplo dado por Hobsbawm, citando um pensamento dos primórdios da industrialização inglesa - não era uma ideia defendida por Hobsbawn, obviamente) decide punir o trabalhador mais empenhado. Seria esse trabalhador que de fato sentiria o castigo em sua própria consciência. Para o trabalhador relapso, pouco importa, já ganha um mísero salário, se fizer uma ou outra coisa errada não se preocupará com isso. A história de Raskólnikov tem como foco essa questão: a partir do crime, ele já estará se punindo.