domingo, 21 de novembro de 2010

Exercício de Sonho

Outro dia, indo para o trabalho e ouvindo música, comecei a viajar.... então, vamos lá... já que é para sonhar, vamos sonhar grande.
Eu me vejo em uma ilha grega, com aquelas casas brancas ao fundo, o mar azul. Já é tarde e o sol vai baixando devagar no horizonte. Nessa casa há uma sacada...ou melhor, um grande terraço com vista para uma enseada... quase deserta. No caminho vem meu amor... chegando devagar.... e a felicidade, uma felicidade incontida em mim... em nós... em nosso encontro produz: o milagre.

Essa música, que a princípio parece melancólica, para mim traduz um estado de felicidade ímpar - por poucos alcançados... "eu estar contigo é milagre" - não sei se consigo traduzir toda a profundidade desse pensamento...

É grande o silêncio
aguardo o milagre
chegas amor finalmente,
o meu amor, mesmo tarde

e vou livremente,
contigo a meu lado
tenho o meu mundo contente
neste sonhar acordado

- onde está a tua voz, quero ouvir a tua voz...
- onde está a tua voz, queria ouvir a tua voz...

o desejo pretende,
louvar a saudade,
a tua voz anda ausente,
e eu estar contigo é milagre




(ela não canta a última parte da canção...)

Neve

a neve cai lá fora
cobrindo de branco
a verdejante paisagem

a neve cai lá fora
forte, contínua

a neve cai lá fora
congelando corações
(de pedra)
enfraquecendo as almas

a neve cai lá fora
e eu ouço sussurros
a neve cai lá fora
e eu ouço mentiras

a neve cai lá fora
mas eu sigo
entrincheirado
com a face vermelha
as mãos fatigadas
os olhos cansados
a roupa rota

a neve cai lá fora
mas não há jamais
de congelar meu coração
de enfraquecer minh'alma
ainda que a neve caia
mais forte lá fora

a neve cai lá fora
e eu vejo
de minha trincheira
nos flocos de neve, através dela
um raio de sol
um arco-íris sublime

e a semente jogada
ao léu
há de germinar
ainda que o inverno seja longo
ainda que a neve caia insistente lá fora

Sonho Branco

Sonhei com você esta noite!
É bom reencontrá-lo.
Em nada mudou
Seu rosto, seu corpo
Seu sorriso, você era o MESMO!

E eu era o mesmo
Rimos a não mais poder...

Onde estávamos?
Uma casa. Um cômodo
Largo, sem qualquer identificação
Um mundo branco fechado em si.

Você me mostrou seus brinquedos
Você que os tivera sempre mais
E mais belos que os meus.
Você que sempre os compartilhou comigo.

E ríamos muito...

Por fim satisfizemos os (meus) desejos secretos
E tudo se desfez em branco!

Pablo Neruda! Os Versos Mais Tristes



Não tenho nenhum livro dele... dica para o Natal ;-)