quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Cosmogonia


Quando vier que seja inteiro
Quando vier que deixe suas roupas
                                       Suas máscaras
Venha nu, com os pés no chão
Sentindo a maciez ou dureza do chão

Estarei aqui sem filtro
Com todo meu mundo a recebê-lo
Longitude e latitude
Céus e mares
Porto aberto
Ancoradouro de enseada fácil

Árvores mágicas
Flores encantadas
Perfumes desconhecidos
Inebriam-nos

Meu mundo transformado
Nova gênesis
Uma cosmogonia fantástica
Em um horizonte colorido

Abra seus braços
E faremos um mundo

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Sentimentos que somente um fado pode expressar!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Manutenção



Este velho robô
está em manutenção
Foi pedir ao oleador
que azeite suas juntas

Está cansado
Seus olhos secos
Suas mãos trêmulas

Portanto se me quiseres
Procura outro meio
Grita meu nome ao me veres na rua
Condena às chamas
a Floresta da Tijuca:
teu sinal de fumaça

Sairei por aí, à espera
Mas se ainda assim nada acontecer
É porque aqueles dois sóis
que ardem à noite
vagando pelo céu infinito
foram predestinados a nunca se tocarem
E um deles, em um momento de desespero
despercebido de toda existência
silenciosamente
numa noite mais triste  e escura
transformar-se-á em estrela cadente
traçando sua última parábola
apagando-se na eternidade