domingo, 1 de novembro de 2009

Abstração

Vejo o chão abrir sob meus pés
Sinto a areia escorrer pelos meus dedos
Os espinhos do mundo apontam para mim
Acoado, fecho meus olhos
Fecho minha alma

No chão, as pegadas de outro homem
No céu, o raiar de outro sol
O vento sopra outro rumo
Eu corro. Corro. Corro!

Ninguém me alcançará
Estou além da estrada
que corre para o fim
de cada dia.

E no fim o vento é mais forte.
Segura-me pelos braços,
e leva-me para o alto.
Para o alto... sentir o cheiro do céu.
O sabor das nuvens
O barulho do infinito

E nada mais me importa
Nem o destino do homem
Nem o sentido da vida
Ou o mistério da morte

E aqui toco os pés dos santos!

0 comentários: