quarta-feira, 29 de julho de 2009

ILUSÕES

Às vezes, chamo meu coração à razão.
É necessário.
Basta uma distração e já foi.
Salta de meu peito,
Corre por caminhos, os mais pedregosos.

Vou atrás,
Seguindo seu rastro.
Recoloco-o em seu lugar.
Restam sempre alguns hematomas
que o tempo tentará apagar.

Outras vezes é pior.
Foge sorrateiro, pé ante pé.
E só depois de muito tempo
percebo sua ausência.

O local onde se esconde
é frio, espinhoso
é negro, cheira mal.
Não há como tirá-lo
sem que ferimentos não surjam.

Ele me diz não entender
o que lhe ocorreu.
Estava feliz,
caminhara por terras fecundas
onde todas as ilusões nasciam,
se autonutriam em um círculo vicioso.
Tudo era belo e confortável.

Então tudo mudou,
A um simples toque
tudo se desfez.
E uma dor, sem cor
sem matizes, mas intensa,
lhe apareceu. Como um raio.

Ah! Pobre coração!
Já caíra antes de ribanceiras maiores,
mas as pedras não são as mesmas,
estão cada vez mais sutis.
As senhoras do seu tropeço
têm belos disfarces.

Tento iluminar o local
com as Luzes da Razão.
Transformar tudo – os espinhos, o negrume.
Pôr tudo no seu devido lugar.

É isso que dá!
Coração tentar pensar!

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