quarta-feira, 2 de setembro de 2009

SAARA

Estou no meio do deserto
Sinto o calor abrasador
Sinto a aridez que sufoca
que seca meus olhos
que desmancha meu sorriso
que fere meu rosto
que me deixa marcas
Sinto a areia escorrer pelos meus dedos
(das mãos, dos pés, do tempo).

Atrás daquela duna fica
O lugar de onde retiro o vil metal
... para continuar no deserto...
Os papéis estão manchados,
Eles estão ressecados, ressequidos, alquebrados
Não conseguem reter minha atenção.

Volto à minha tenda
Estendida entre milhares
Tudo está roto!
A louça, lascada!
Os móveis, riscados!
Os assentos, rasgados!
O espelho, trincado!

Tudo é insípido,
Ou sabe à areia.
Tudo me engasga!

Tudo tem o pó da solidão.

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